Leve nos trilhos e na consciência: VLTs podem ser uma saída para a salvação do meio ambiente
- observatoriodojorn
- 23 de abr. de 2024
- 3 min de leitura
VLTs e ônibus emitem menos CO₂ e transportam uma capacidade de passageiros muito superior a carros e motos
Por Arthur Guilherme
Julia Batista
Magno Oliveira
Na capital mais verde do país, investir em Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) e até ônibus urbanos ainda pode ser a salvação do meio ambiente. Isso porque, de acordo com dados do Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de João Pessoa (Sintur-JP), da Companhia Brasileira de Trens Urbanos de João Pessoa (CBTU-JP), revista Moto.com.br e do blog Fiat Amazonas, a queima de combustível gerada por cada pessoense em um quilômetro gera cerca de 13 gramas de CO₂ em VLTs , 95 gramas em motos, 70 gramas em carros e 79 gramas de CO₂ em ônibus.

O número de pessoas transportadas é uma grande chave nesse cálculo. Apesar de um ônibus urbano consumir aproximadamente 95,24 litros de diesel para percorrer 200 km, o veículo transporta em média 70 passageiros diariamente. No caso dos VLTs, o transporte utiliza apenas 72 litros de biodiesel por dia para 180 km, com capacidade para até 600 passageiros.
Efeito estufa
Segundo a ambientalista Andréa Porto Sales, “quando passamos a queimar combustível fóssil para produzir energia, começamos a enviar gases como metano, óxido nitroso e dióxido de carbono para a camada que faz contato com a superfície terrestre. Os gases, por não conseguirem ultrapassar essa camada, provocam um efeito estufa, que permite a entrada da luz do sol e impossibilita a saída do calor”. Um processo que acontece desde a civilização industrial, há mais de 250 anos, e que, com a popularização dos carros, viagens de avião e aumento da produção industrial, acelerou ainda mais.
Mesmo que toda população de João Pessoa resolvesse parar de emitir os gases ruins imediatamente, eles demorariam anos para serem dissipados. Um exemplo é o dióxido de carbono (CO₂), considerado o principal contribuinte para o aquecimento, ele pode permanecer na atmosfera por, pelo menos, 100 anos. No entanto, a ambientalista afirma que há possíveis soluções: investir em transporte público de qualidade e reduzir os clorofluorcarbonetos (CFCs), compostos que causam o buraco na camada de ozônio.
Buraco na camada de ozônio
“Eu continuo com esperanças pois conseguimos reduzir o buraco na camada de ozônio quando diminuímos o clorofluorcarboneto, porém, as mudanças precisam ser iniciadas urgentemente, e investir em transporte público de qualidade é essencial. As soluções já existem, são simples, baratas e populares”, disse Andréa.
Qualidade e segurança são dois dos principais fatores que levam a população a evitar o uso dos transportes públicos. A estudante Ana Sara testemunhou isso depois que a mãe foi vítima de cinco assaltos em ônibus de João Pessoa. Desde então, o pai dela passou a levá-la diariamente à universidade e à igreja, o que resulta em um gasto de aproximadamente 79,5 litros de gasolina comum e quase R$ 450,00 por mês.
"Durante a semana, meu pai me leva à universidade de carro. Somos só eu e ele, e o custo é praticamente o mesmo que eu pagaria em passagens de ônibus durante todo o mês sem o direito à meia-passagem. Além disso, há um histórico familiar de assaltos em ônibus; minha mãe já foi assaltada cinco vezes. Então, há também toda uma questão de segurança", afirmou a estudante.
A implementação de um sistema de transporte público de qualidade incentivará as pessoas a deixarem seus carros em casa com maior frequência, resultando em uma mudança no padrão de urbanização que atualmente se baseia na impermeabilização do solo. Com isso, a quantidade de áreas cobertas por concreto na cidade será reduzida, resultando em um ambiente mais verde e sustentável.
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