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Evasão escolar por gravidez na juventude aumenta em 8.2% nas escolas públicas

  • Redação
  • 23 de abr. de 2024
  • 3 min de leitura

Por Ana Vitória Andrade

Anna Marissa Lopes

Anna Rafaela Athayde


O número de jovens e adolescentes que engravidaram na região metropolitana de João Pessoa subiu no decorrer dos últimos anos. Entre 2020 e 2022, foram registradas mais de 12 mil gestações entre jovens de 12 e 20 anos de idade. O Instituto Cândida Vargas revela uma estimativa de 5 mil partos por ano na Capital e a Secretaria Estadual da Saúde (SES) registrou mais de 100 casos de gravidez entre jovens e adolescentes de até 14 anos nos últimos cinco anos.



Crédito: UNICEF/BRZ/Ueslei Marcelino


Segundo a Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE) de 2019 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o índice de gravidez é maior para as meninas que estudam em instituições públicas (8,4%) em comparação com as instituições privadas (2,8%).


O gerente do IBGE em João Pessoa, Marco Antonio Ratzsch Andreazzi afirmou que “a gravidez na adolescência é um dos fatores mais importantes para a evasão escolar. Os dados da pesquisa mostram uma diferença expressiva entre os números de quem estuda em escola pública e os de quem frequenta a rede privada”.


Nas escolas privadas, os pais podem contar com maior poder aquisitivo, possibilitando que as jovens tenham acesso a mais recursos como assistência médica, aconselhamento e programas que auxiliem no apoio da educação. Por outro lado, nas escolas públicas, essas mães podem enfrentar maiores desafios devido à falta de recursos. Além disso, por mais que esteja presente dos dois lados, o estigma social em torno da gravidez na adolescência pode ser mais evidente em ambientes escolares públicos.


Grávida aos 14 anos


Um exemplo disso é o que aconteceu com a estudante entrevistada nesta reportagem, que contou como não recebeu nenhum tipo de apoio vindo da escola e pensou diversas vezes em abandonar a instituição devido à falta de incentivo para que continuasse comparecendo às aulas. Grávida aos 14 anos, a jovem que prefere não se identificar por questões de segurança, contou que inúmeras vezes pensou em abandonar a escola e só não o fez porque sonha em se formar no Ensino Médio.


O percentual de casos de gravidez na adolescência vem caindo na Paraíba, mas, infelizmente, alguns casos ainda ocorrem. “Quando eu descobri, minha única reação foi chorar muito e pensar que eu tinha estragado minha vida”, contou a jovem.


Assim como ela, outras meninas que passam pela mesma situação foram buscar acompanhamento no Instituto Cândida Vargas (ICV), referência nos assuntos de gestantes e recém-nascidos. A jovem contou que todo o apoio que está sendo negado pela escola encontrou no ICV.


Ao ser perguntada sobre receber apoio da escola em sua situação, o relato é de não querer voltar mais. “Não tive apoio nem da escola nem das minhas amigas”, lamentou a jovem. Ela contou, ainda, que o apoio da família vem sendo fundamental nos primeiros meses de gestação.


Ausência de apoio da gestão escolar


Um dos perfis que mais abandonam a escola é o de jovens que engravidam na adolescência, tendo em vista que muitos são os desafios durante essa fase. Alguns dos motivos para desistir da escola durante a gravidez é a falta de compreensão por parte da instituição, dificuldades em conciliar os assuntos com as demandas de cuidar da casa, realizar exames e ir às consultas. Sem falar do preconceito e das questões emocionais que as jovens enfrentam nesse momento.


Além desse conjunto de fatores, a jovem também salientou que a gestão escolar tem falhado na tentativa de promover um ambiente favorável para que os jovens permaneçam na escola e consigam concluir seus estudos. “Se houvesse mais inclusão, assistência e recursos, certamente o cenário estaria mais perto do ideal e o abandono escolar seria menos frequente”, enfatizou.


Fontes

 
 
 

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